Muitas vezes me pego pensando nessa necessidade de ter alguém ao nosso lado. Bem eu não sei ao certo se quero isso pra mim.
Já passei por muitas histórias trágicas de "amor" e vejo que não preciso disso para mim.
Qual o mal em não ter uma "alma gêmea"? E se eu for uma frigideira?
Milhares de pessoas me dizem que devo amar quem me ama, que eu devo criar história ao lado de alguém que goste mais de mim do que eu dele. Eu só vejo um futuro vazio assim.. Se eu não sinto saudades de alguém que diz sentir minha falta, acredito que fazendo história ou não com a pessoa eu nunca vou ama-la como ela me ama.
Há um samba de Martinho da Vila que diz "A gente ama verdadeiramente uma vez, outras são puras fantasias digo com nitidez. Mais uma história de linguagens sensíveis e reais o que quiseres mas, o meu amor, jamais!", e se ele tiver certo? Se a gente só ama uma vez na vida, então eu já desperdicei o meu amor.
Sabe qual é o problema da gente gostar de alguém que gosta mais da gente, talvez eu deva mudar essa frase para: sabe qual é o meu problema em gostar de alguém que goste mais de mim? É a pressão que eu sinto em não magoar a pessoa, a pressão que eu sinto por ele querer me ver todos os dias quando o que eu mais quero é me isolar do mundo. Sim eu sou assim, não sou bem humorada cem por cento do meu dia. Como minha avó dizia, quando eu era criança, "Ela só acorda depois do meio dia".
Eu quero um amor, muitas vezes disse querer um namorado, mas toda vez que me aparece alguém eu já não quero mais. Vejo os relacionamentos falidos das pessoas, mesmo elas querendo mostrar que esta tudo bem, que são o casal "perfeito", eu vejo por trás desse véu de mentiras e artifícios para amenizar a verdadeira situação.
Não quero isso para mim. Eu quero a liberdade de um voou livre, quero poder usar a roupa que eu quiser, quero ter o direito de não querer almoçar com seus amigos, com os meus amigos, com você. Quero poder me isolar do mundo sem ter alguém me ligando de cinco em cinco minutos para saber como está o meu dia.
Você deve estar pensando agora que eu não sou romântica, eu sou sim. O que não sou é grudenta, eu gosto de espaço, de ter um perímetro, mesmo que pequeno, livre ao meu redor. Não ter que ficar dando explicação de nada à ninguém.
Porém os homens de hoje não querem isso. Eles tem medo de uma pessoa que eles não possam controlar, pessoa que eles não sabem se os amam ou se eles são apenas mais um na vida da guria. Dizem que nós mulheres somos o sexo frágil, que nós sofremos e choramos por tudo. Mas ninguém olha para um homem e vê que mesmo sem lágrimas escorrendo pelo rosto, por dentro ele está chorando abraçando um bichinho de sua infância, num canto escuro de um quarto vazio. Deprimente? A realidade muitas vezes é deprimente, porém não deixa de ser verdade. E eu digo isso porque o que mais escuto dos homens é reclamar que as namoradas ficam no pé deles o tempo todo. Porém se encontram uma menina que confiam neles, que não fica ligando de cinco em cinco minutos para saber onde estão ele entram em nóia e acreditam que a menina não gosta dele e acaba trocando-a por uma que é pior que chiclet.
E depois dizem que nós mulheres somos difíceis de entender, que nunca estamos satisfeitas com o que temos.
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